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TENHA A CORAGEM DE DEIXAR SEU FILHO CRESCER.


Quando um filho chega, a gente se emociona. Por medo, amor, pela sensação de:

- O que eu faço agora?

Ou por tudo isso junto.

Na barriga, bem ou mal, ele estava protegido. A gente ia defendendo aqui e ali, controlando se mexia, se parecia estar bem. Mas e fora?

Um dos primeiros pensamentos que eu tive foi:

- Vou proteger de tudo. Vou proteger de todos. Vou proteger para sempre.

Essa é uma promessa de primeiro olhar. Independente de com quantos anos esse filho chegue para ser nosso.

Só que a gente chega em casa. Vem a primeira cólica. O primeiro pesadelo. E você percebe que, não, você não consegue proteger de tudo. É uma dor. Uma das piores. Porque dor de filho dói mais que as nossas.

A gente morre de pena. A vontade é de prender em casa. Não deixar sair. Fazer tudo por ele. Ser super mãe, super pai. Superproteger. Besteira. Esse não é o caminho.

Você não consegue proteger. Ele vai cair. Vai bater a cabeça. Vai se magoar. Você não pode evitar. Pode embalar. Abraçar mais forte. Dar colo. Independente do tamanho, filho e colo sempre hão de se ajeitar.

Você não pode evitar que ele sofra as situações que ele vai precisar sofrer. É inevitável. É preciso que a gente permita que ele viva o que tem que viver. A experiência fortalece. Deixa a alma mais cascuda. Ensina que ele é capaz.

- Ele não sabe.

- Ele é pequeno.

- Ele vai errar!

Deixe que erre. Errando se aprende.

Ele vai fazer mal feito. Vai demorar o dobro, o triplo do tempo. É o tempo dele. É na prática que a gente ganha agilidade. Você também não nasceu sabendo.

Proteger é preciso. Superproteger desprotege. Deixa a criança insegura com a sensação de que ela é incapaz. Isso deixa a criança de caule murcho. Sabe planta que molha demais? Aquele caule mole, amarelado, fraco? É assim.

A criança que tem a oportunidade de ir realizando pequenas coisas se sente bem. Poderosa. Orgulhosa dela mesma. Ela vai conhecendo suas capacidades, suas dificuldades, se descobrindo.

É bem comum elas virem felizes contar o que fizeram. Suas conquistas. Suas escolhas. Suas vitórias. Assim se constrói a autoestima. Assim se forma uma pessoa independente. E um ser pronto a lutar por seus sonhos.

Ao invés de só esperar ser salvo. Ou cuspir as culpas do que não dá certo para os outros em volta. Toda dificuldade é lição. Todas trazem aprendizado. Ele pode sofrer? Todos nós sofremos. Faz parte do combo da vida.

Se ele souber que não está sozinho, já ajuda. Dê apoio. Colo. Seja ninho. Mas tenha a coragem de deixar seu filho crescer. Voar. E ir além.

Fonte: https://extra.globo.com/Mônica Raouf El Bayeh


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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