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Pais têm cada vez mais dificuldade de se comunicar com filhos pequenos.

A conclusão é de especialistas em educação do Brasil, da Argentina e da Espanha. A culpada por trás disso? A tecnologia, ou melhor, o uso dela, aliado ao ritmo estressante das grandes cidades, que faz com que as pessoas tenham uma vida acelerada e dificilmente desligada do mundo digital.

Um mundo tecnológico torna possível e fácil se conectar com gente em qualquer parte do globo. No entanto, tem ficado cada vez mais claro que muito da conexão humana presencial se perde enquanto estamos ocupados com celulares, tablets e computadores, abastecidos a cada instante com um turbilhão de informações. E nesse universo de relações frias e impessoais, um problema grave é que os adultos passaram a ter muita dificuldade para interagir com bebês e crianças de até 6 anos - fase chamada de primeira infância, considerada fundamental para o desenvolvimento de uma pessoa.

Transmitir afetividade por meio do tom da voz ao ninar, brincar ou falar com um neném - em frases como "meu fofinho" e "meu amorzinho" - pode parecer natural ou automático para pais e mães, mas isso tem se enfraquecido.

Comunicação familiar

Cantar ou ninar uma criança pequena é importante, um hábito nem sempre presente na rotina familiar. Atualmente, porém, se tornou um grande desafio prender a atenção total de um responsável. "Às vezes, é difícil fazer com que o pai guarde o celular e se conecte com a criança." A mudança na linguagem tem a ver com as alterações da sociedade tecnológica. "É uma condição de época. Não é porque somos maus pais ou maus professores, mas isso traz consequências para bebês e crianças pequenas."

Sociedade acelerada

As mudanças na comunicação entre pais e bebê são causadas também pelo ritmo acelerado em que as pessoas vivem nas grandes cidades. Hoje em dia, as crianças vivem afastadas da família, quase sempre rodeadas de adultos".

"Quando os pais voltam do trabalho depois de passarem o dia inteiro longe dos filhos, estão preocupados com a falta que produziram, mas não sabem como suprir aquilo". "Se eu passo três horas em engarrafamento durante o trajeto para casa, é mais difícil chegar a casa num clima que dê vontade de cantar e de brincar com a criança". E mesmo quando se reserva tempo para conviver, falta qualidade nos encontros. "Frequentemente uma família sai para jantar e cada um fica na mesa mexendo em seu celular".

"Viver no planeta terra não está nada fácil em nenhum lugar do mundo, inclusive para os pais. Então precisamos criar algo novo. Esperar que os pais tenham uma postura bacana por si próprios. O caminho, é travar mais parceria entre profissionais da educação e as famílias, que podem aprender muito juntos. Diante do desconhecimento de como lidar bem os filhos, os pais têm bastante interesse em aprender, às vezes só falta alguém que possa orientar os familiares.

Apesar de os pais terem muito a aprender, o mesmo pode se falar da maioria das creches e escolas de educação infantil. "Essas instituições, muitas vezes, regulam as brincadeiras dos bebês, que, nesse período da vida, só podem aprender brincando". Então o papel de uma unidade voltada para a primeira infância precisa ser acompanhar a criança, explorando voz, palavra e experiências artística.

Aprendizado que fica

"Os bebês são investigadores natos. É nesse momento que a gente mais aprende na vida".

Tem pais que não entendem o motivo de falar com seus filhos nessa faixa etária porque acham que eles não captam nada. Mas essa comunicação é muito importante: bebês entendem mais do que podemos imaginar."

Fonte: lunetas.com.br https://www.correiobraziliense.com.br

Ana Paula Lisboa

Educadoras: * Patrícia Bohrer

* Beatriz Sanjuán,

*Stela Barbieri

*Maria Emilia Lopez


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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