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A ‘síndrome do imperador’, quando seu filho é um tirano.


“Dedicar pouco tempo a sua atenção e conceder caprichos são a garantia para a “síndrome do imperador”.

O número de casos só aumenta. Em idades cada vez menores: se chama “síndrome do imperador”, e define as crianças e adolescentes que abusam de seus pais sem a menor consciência. A mãe costuma ser a primeira e principal vítima do pequeno tirano, que depois estenderá os maus-tratos a outros membros da família, a não ser que isso seja tratado.

De acordo com os especialistas, existem diferentes fatores que podem coroar um imperador em casa:

Pouca dedicação dos pais: O problema tem sua origem muitas vezes em progenitores ausentes que, para diminuir seu sentimento de culpa pelo tempo que não passam com a criança, lhe concedem todos os caprichos. Com isso transmitem à criança a mensagem de que, apesar de sua solidão afetiva, é o centro do universo e os adultos estão ali para satisfazer todas as suas exigências.

Falta de limites: Derivada frequentemente da primeira causa, se os pais não dedicam tempo suficiente à criança delegando a terceiros, também não terão tempo para educar seu filho em normas de conduta, de modo que o rei da casa sentirá que tem total impunidade. Nenhuma criança nasce sendo um tirano, mas existem pais que não agem como adultos educadores, já que “fazem todo o tipo de concessões para não ter problemas e no final o que causam é um problema”.

Ser filho único: Não ter irmãos não leva necessariamente a se transformar em um mini-ditador se os pais são conscientes de sua função educativa, mas pode contribuir para que a criança se sinta um monarca solitário. Com exceção dos transtornos psiquiátricos, a síndrome do imperador é produto de uma disfunção educativa que pode ser corrigida. O psicólogo Vicente Garrido, autor do livro Os Filhos Tiranos, propõe três caminhos de atuação:

1) Fomentar o desenvolvimento da inteligência emocional e a consciência:

Para isso, os pais devem ajudar seus filhos a reconhecer suas emoções e as dos demais, incidindo na empatia e convidando-os a praticar ações altruístas para que vejam seu efeito nos demais.

2) Ensiná-las a cultivar habilidades não violentas:

Em uma casa em que os adultos gritam e ameaçam, dificilmente conseguiremos que as crianças se comuniquem de maneira sossegada. Os progenitores devem dar o exemplo e praticar com elas o diálogo respeitoso e a escuta.

Muitas vezes os pais hesitam por medo de que a bronca nos seus filhos seja exagerada. A solução passa por fixar limites.

3)Colocar barreiras claras:

Os pais não devem tolerar a violência e a mentira. Essas são linhas vermelhas que a criança deve saber que não pode cruzar, por mais estratégias que use para nos testar.

“Os limites conferem segurança às crianças, que se sentem perdidas, se não existem pautas de conduta em casa. Os pais precisam tomar a autoridade e não ceder nas tentativas da criança de conseguir o que quer”. Muitas vezes os pais hesitam por medo de que a bronca seja exagerada. A solução passa por explicar os limites e reforçar os aspectos positivos da criança. A clareza nessas barreiras, o reforço positivo e, principalmente, dedicar-lhes nosso tempo lhes dará a segurança para desenvolverem-se como pessoas autônomas e felizes.

“Demos a eles muitos direitos, mas não lhes confiamos deveres. Perdemos o princípio da autoridade. Quisemos ser amigos de nossos filhos!”. (Emilio Calatayud)

Fonte: https://brasil.elpais.com

Francesc Miralles

http://doc.jurispro.net


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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