A competição e as brigas entre seus filhos estão deixando você maluco?
Quando os conflitos fazem parte de um contexto que envolve momentos de carinho, parceria e cumplicidade entre irmãos, não devem ser motivo de preocupação excessiva, apenas de monitoramento e orientação. Agora, se notar atitudes de desafeto contínuas, que podem ferir – física ou psicologicamente – ou denegrir um irmão, é sinal de alerta. Se esses problemas estiverem atrapalhando o funcionamento escolar ou social da criança, procure um médico especialista em comportamento infantil para uma avaliação. Mas já que as brigas fazem parte do convívio entre irmãos, o jeito é aprender a lidar com elas.
Leia as dicas a seguir, respire fundo e parta para a ação:
1 - OFEREÇA SOLUÇÕES
“Os pais devem conversar e fazer acordos ou combinados com os filhos. Conceitos éticos, respeito, compreensão e aceitação em relação às diferenças podem ser enfatizados. E, claro, as consequências por brigas e mau comportamento devem ser aplicadas, desde que tenham sido anteriormente discutidas e acordadas”. “A bronca, por si só, pode até parar a briga, mas não resolve a causa. O papel dos pais é juntar os filhos e dizer: se vocês estão brigando, vamos criar regras para o uso do videogame, por exemplo. O ideal é que as crianças estabeleçam o regulamento. Caso não consigam, o adulto deve ajudar. Assim, é mais fácil cumprir o combinado e amenizar a frequência das brigas”.
2 - AVALIE A HORA DE INTERVIR
Qual mãe ou pai não sente um impulso quase incontrolável de botar ordem na casa toda vez que as crianças começam a discutir? Só que, às vezes, o melhor mesmo é se conter para dar a chance a elas de tentarem resolver os conflitos por conta própria. Os pais têm de ouvir todos os lados, ponderar e mediar o conflito, e não punir coletivamente. “Além disso, devem tentar ser justos nas intervenções e nas punições”, Se o conflito for apenas uma discussão, sem grandes consequências, o melhor é não interferir, porque as crianças precisam aprender a resolver as dificuldades e a negociar entre elas.
3 - CONVERSE
Todos os especialistas consultados concordam que essa ainda é a melhor maneira de educar é impor limites. O problema é que uma única conversa não resolve nada. É necessário insistir, pacientemente, para que os efeitos do diálogo possam ser percebidos. Os pais devem persistir, falar a mesma coisa várias vezes, de jeitos diferentes, e – fundamental! – dar o exemplo. Se as dificuldades na casa são resolvidas com brigas e gritaria, não dá para esperar que as crianças façam diferente. Afinal, é assim que elas vão aprender a contornar seus conflitos.
4 - ENSINE A DIVIDIR
Com certeza, a principal disputa dos filhos é por brinquedos. Eles podem nem estar interessados naquele jogo antigo, mas basta um deles pegá-lo para que os outros queiram também. Aí começa a confusão.
Ensinar a dividir dá trabalho, e é compreensível o ímpeto dos pais de tirar o objeto de circulação. Aparentemente, resolve o problema. Mas, se você tira um brinquedo, eles vão competir por outro. A única coisa que muda é o objeto de disputa. Não tem jeito, os pais devem estipular limites: se eles não estão sabendo dividir, você é que determina como fazer. O melhor é uma boa conversa, não qualquer tipo de ameaça. Outra solução é incentivá-los a decidir juntos como compartilhar. Quando chegarem a uma conclusão, voltam a brincar.
5 -CONTROLE O TOM
Um grito pode até parecer a única saída no momento em que a briga está quente. Porém, a longo prazo, levantar o tom de voz atrapalha. “Gritar só ajuda a intimidar. Não educa, não aproxima, não desperta o respeito nem inspira a criança quando for a vez dela de resolver um problema”.
A receita, mais uma vez, é exercitar a paciência. “De nada vale as crianças pararem de brigar por medo e não por entendimento.
6 - FAÇA JUSTIÇA (SEM LEVAR EM CONTA A IDADE)
A tentação de proteger o mais fraco é grande. Muitos pais caem nessa armadilha, privilegiando os caçulas, mesmo quando os maiores são os que têm razão.
Fique atento para não cair na tentação de passar a mão na cabeça do menor. “Os pais podem até exigir uma postura mais amadurecida do mais velho, mas quem tem de dar conta da educação são os adultos. O nível de exigência deve ser proporcional à idade, assim como a punição, mas sempre buscando ouvir os dois lados para saber quem tem razão”.
7 - IMPONHA LIMITES SEM OFENDER
Seja na hora do conflito ou depois, inevitavelmente os pais precisarão repreender os filhos pela briga e estabelecer limites. Mas como fazer isso?
Além de não fazer comparações, nunca censurar a criança com adjetivos que agridam sua autoestima, dizendo, por exemplo, que ela está parecendo um bebezinho. “O certo é desaprovar o comportamento, não a criança, de preferência usando exemplos positivos”. Outra dica é tentar despertar a empatia delas. “Pergunte como se sentiria se estivesse no lugar do irmão. Isso ajuda a entender o ponto de vista dos outros e a ceder”.
"Por tréguas mais longas e um pouco de tranquilidade na casa, não custa tentar".
Fonte: https://revistacrescer.globo.com
Gustavo Teixeira
Quezia Bombonatto
Rita Calegari