Convulsões e Epilepsia: Entenda qual é a diferença!
Convulsões, ou crises convulsivas, acontecem frequentemente na prática clínica. Dados americanos estimam a ocorrência de crises convulsivas em cerca de 5% da população. É uma condição muito frequente, em todas as idades, especialmente em crianças nos primeiros anos de vida. A convulsão acontece por causa de uma falha na condução elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos musculares, perda da consciência, salivação, e em alguns casos perda esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises).
Diagnóstico clínico
Ao levar o parente ou familiar que teve convulsão para ser avaliado pelo médico / neurologista, é muito importante a presença de alguém que testemunhou a crise convulsiva, uma vez que a maioria destas convulsões são generalizadas ou parciais complexas, e o próprio paciente não saberá, portanto, descrever com detalhes tudo o que aconteceu durante o evento
Causas de Epilepsia e Convulsões
Na criança, as causas mais comuns são fatores ou doenças genéticas, problemas de oxigenação cerebral ocorridos durante a gestação ou parto, malformações cerebrais, infecções / meningites, e por último as tão conhecidas convulsões febris (decorrentes de febre alta em crianças menores).
Convulsão ou Epilepsia?
Uma pessoa pode ter uma ou duas convulsões pontuais durante sua vida toda; neste caso, dizemos que o paciente teve crises, convulsão, mas não tem epilepsia.
Por outro lado, o diagnóstico de epilepsia é dado geralmente quando um mesmo indivíduo apresenta duas ou mais convulsões. Nestes casos, caracterizando corretamente a repetição das crises, o seu tipo, e possível causa destas crises convulsivas, denomina-se que o indivíduo tem o diagnóstico de Epilepsia.
O que fazer para ajudar alguém durante uma convulsão?
Primeiro: não se desesperar. Depois, seguir o passo a passo:
Colocar a pessoa deitada, de preferência no chão, com algum apoio na cabeça (roupa ou almofada) e com a cabeça virada de lado (para evitar engasgos com saliva ou vômitos);
Outra pessoa deve imediatamente chamar ajuda por telefone (SAMU, ambulância ou transporte);
Nada de tentar puxar a língua do paciente ou enfiar dedos na boca: no momento da crise, a força e rigidez do paciente pode machucar os dedos de quem tenta fazer isso!
Esperar e tentar arejar o ambiente, pois em geral as crises duram poucos minutos. Se a crise demorar mais do que o habitual, transportar o paciente em ambulância e levar imediatamente ao hospital.
Tratamento
A epilepsia pode e deve sempre ser adequadamente tratada, para proteger o indivíduo de ter futuros ataques, o que pode ser fatal se isso ocorrer enquanto dirigindo, atravessando uma rua movimentada, manejando máquinas ou subindo escadas.
Dicas valiosa… Para quem teve ou tem convulsões / epilepsia:
Independentemente se você ou algum parente seu toma ou não medicamentos contra convulsões, estas pessoas devem ter em mente que são mais sensíveis, mais suscetíveis às alterações elétricas cerebrais, por isso, a seguir, situações que devem ser evitadas:
1 – evitar situações de infecções prolongadas ou febre; sempre que tiver alguma infecção ou febre, já iniciar seu tratamento; 2 – evitar períodos de jejum prolongado ou pular refeições (procurar sempre fazer refeições intervaladas com pelo menos 3-4 horas); 3 – evitar privação de sono (passar uma noite acordado, trabalho ou lazer por horas e horas sem períodos de descanso); 4 – evitar o uso excessivo de álcool; 5 – evitar ambientes com estímulos luminosos extremos e repetitivos (por exemplo, entrar numa balada, boate ou casa noturna, e ficar na pista de dança olhando diretamente para aquelas luzes piscantes, o tempo todo!!!)
6 – Por último, o mais importante: se tiver epilepsia, procure não esquecer de tomar o medicamento anticonvulsivo. Esta é a principal causa de repetição ou recorrência de crises em pacientes epilépticos.
Todas as situações acima podem ser precipitantes de crises convulsivas, em quem tem maior sensibilidade.
Fonte: http://www.ineuro.com.br
Dra. Maramélia Miranda