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Panlexia. O que é isso?


É um método, de acordo com Luczynski (2007), de orientação diagnóstica e um programa abrangente de assistência pedagógica ao indivíduo disléxico. O método, de forma sucinta, visa através do seu programa de ensino desenvolver habilidades relacionadas à leitura, escrita - soletração e composição - interpretação textual. Há somente um método conhecido e pouco divulgado para alfabetizar os disléxicos, é a panlexia. O método Panlexia (Pamela Kvilekval) foi estruturado com o objetivo de ensinar crianças com Transtornos Específicos de Linguagem, através do uso de técnicas linguísticas estruturadas. Não existe uma cartilha, uma receita, para trabalhar com alunos disléxicos. Assim sendo, é preciso mais tempo e mais ocasiões para a troca de informações sobre os alunos, planejamento de atividades e elaboração de instrumentais de avaliação específicos;

  • Relutância inicial (ou dificuldade, mesmo) por parte de alguns professores para separar o comportamento do aluno disléxico das suas dificuldades;

  • Receio do professor em relação às normas burocráticas e conteúdos a seguir, aos companheiros de trabalho, aos colegas do aluno disléxico, familiares, etc.;

  • Angústia do professor em relação ao nível de aprendizado do aluno e às suas condições para enfrentar o vestibular;

  • Tempo necessário para cada professor percorrer a sua trajetória pessoal em relação a esta questão.

POR QUE A PANLEXIA REALMENTE FUNCIONA?

Aqui está a razão do sucesso:

1. O método é fonológico, estrutural e propicia bastante reforço para cada elemento da linguagem escrita, de modo a assegurar respostas automáticas. 2. As atividades utilizam todos os sentidos envolvidos na leitura e na escrita: o visual, a motricidade fina, a percepção auditiva e a consciência fonêmica, incluindo a consciência de sensações tácteis durante a pronúncia dos sons. 3. As listas estruturais de palavras promovem: – a habilidade de decodificar, porque mudam apenas uma letra na palavra por vez, induzindo a pessoa, portanto, a seguir cuidadosamente a sequência das letras; – um sentido de ritmo que desenvolve a habilidade de associar o som da sílaba e a sequência dos símbolos (associação fonema-grafema) que representam as letras; – o reconhecimento da palavra devido às similaridades de cada palavra; – o reforço da memória visual de cada novo elemento. 4. Escrever cada palavra após a leitura da lista (adaptada para a idade e capacidade): – reforça o aprendizado da palavra. – envolve a Memória Sinestésica, ajudando a desenvolver a escrita automática de cada palavra. – ajuda na compreensão da sequência das letras na palavra, porque as letras devem ser escritas uma a uma dentro de uma sequência. Isso dá à pessoa tempo para perceber todas as sensações na boca e nas cordas vocais que se tem durante a escrita da sequência de letras. – visto que cada lista de palavras apresenta somente um novo elemento a ser reforçado, a escrita repetida desse elemento induz a lembrança automática de cada novo elemento. – escrever as listas de palavras em colunas enfatiza o novo padrão/elemento porque fica mais evidente que palavras escritas em linha. 5. O exercício de mudar a letra reforça a consciência fonológica da sequência de som que segue a sequência de símbolos. 6. A leitura das sentenças: A. Permite a prática da leitura das palavras B. Ajuda na compreensão das palavras, porque elas são usadas em contexto. C. Proporciona uma revisão das palavras já aprendidas. D. Melhora a memória visual das palavras novas e das previamente aprendidas. 7. Escrever as sentenças: A. Pratica usar a memória auditiva de curto prazo quando o aluno repete a sentença. B. Permite maior prática do novo elemento. C. Melhora o vocabulário: o uso de novas palavras nas sentenças ajuda a lembrar o significado da palavra. D. Permite a prática das habilidades da escrita e proporciona oportunidade de ensinar, se necessário, o motivo e a lógica dos sinais diacríticos e da pontuação, como apóstrofe, vírgula, contrações, ponto de interrogação e as palavras homófonas. E. Ensina o aluno a verificar cuidadosamente cada palavra e pontuação na sentença e a ler a sentença após escrevê-la, a fim de fazer as necessárias correções antes de dizer que o trabalho está completo. Resumindo, aprender a revisar seu trabalho, uma prática valiosa para todos, mas essencial para pessoas disléxicas e disgráficas. 8. A leitura de histórias: A. Proporciona a prática de todos os elementos anteriores. B. Proporciona a prática da leitura normal – horizontal, da esquerda para a direita. C. Proporciona uma razão para ler. D. Melhora o vocabulário. Ler as palavras em contexto ajuda a internalizar o significativo básico, assim como a compreensão do significado das palavras em diferentes contextos. E. Induz a uma sensação de satisfação com a leitura, pois o aluno pode ler sem dificuldade e pode entender tudo o que está lendo, porque cada história contém elementos nas palavras que já estão automatizados ou, pelo menos, ele pode decodificar. F. Desenvolve o conceito de “Imagem Mental” para melhorar a compreensão de material escrito. 9. O resumo, oral ou escrito: A. Melhora a habilidade em desenvolver um resumo oral de material escrito. B. Proporciona a prática de desenvolver resumos escritos de material escrito. C. Desenvolve a habilidade em extrair os pontos importantes de uma massa de informações, essencial para tomar notas em sala de aula ou para tarefas de casa. 10. Os métodos de ensino são indutivos e não didáticos. Ao invés de regras, o aluno recebe muitos exemplos de cada novo elemento a ser aprendido, de modo que a associação do som e do símbolo se torna automática – como o é para leitores regulares.

Quando a criança inicia o processo de leitura e escrita pode ocorrer algumas falhas na associação de letras e sons, na compreensão das palavras e de textos e mesmo sendo inteligente e sem apresentar deficiências neurológicas, porém, poderá apresentar um obstáculo associado a uma deficiência de aprendizado que afeta o desenvolvimento adequado: a dificuldade específica de leitura.

Fonte: https://pt.wikipedia.org

https://pedagogiaaopedaletra.com


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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