Comunicação entre pais e filhos: expressar e ouvir opiniões (Parte II)
É importante de criar um ambiente agradável e de confiança em casa, para que as crianças se sintam acolhidas e possam aumentar a probabilidade de contato e comunicação entre pais e filhos.
Muitas vezes é difícil criar este ambiente agradável, pois há momentos de brigas e de desobediências em que sentimos raiva do que nossos filhos fazem, e este sentimento é natural porque o que sentimos está relacionado ao que ocorre no ambiente e às mudanças que ocorrem nele. Contudo, é possível construir tal ambiente favorável, através da expressão de amor e afeto.
Os pais e as mães podem começar esta tarefa e dar modelos para as crianças, uma vez que elas aprendem também vendo os adultos se comportarem.
Às vezes, há dificuldade em dizer que sentimos amor ou agrado por alguém. Por exemplo, quando as pessoas nos tratam mal, nos castigam, diminui a probabilidade da expressão de amor e acaba havendo um distanciamento; é difícil sentir amor ou agrado por alguém que não gostamos. Sendo assim, tratando bem os nossos filhos, eles vão se sentir à vontade para dizer que gostam dos pais, porque realmente vão gostar deles.
Para muitas pessoas o ouvir ou receber expressões positivas sinceras como um elogio ou um agradecimento, além de possibilitar uma interação muito agradável e significativa, também fortalece e torna profunda a relação entre as pessoas.
Expressar e ouvir opiniões
Expressar opiniões é uma habilidade muito importante, pois, através dela construímos relações de confiança, honestas e saudáveis. Nós temos autoridades em relação aos nossos filhos e como será que estamos nos comportando em relação a isso?
Uma forma de pensar é tentar identificar se nossos filhos sentem-se à vontade para expressarem as suas opiniões e, nestes casos, o que fazemos.
Quando discordamos de alguns valores, crenças, visões de mundo, deve ficar bem claro o que é que se está falando, de forma a evitar longas discussões que não levarão a nada.
Por exemplo, se estamos discutindo com um amigo sobre religião, sendo que cada um tem uma concepção diferente, é provável que cada um vá defender a religião que segue para argumentar.
Não há verdade absoluta. Por exemplo, o que estamos dizendo hoje para vocês, enquanto ciência e psicologia, amanhã pode não ser mais verdade, pois a ciência é dinâmica e a todo tempo estamos descobrindo coisas novas. Por isso não há problemas em mudar de opinião, não estaremos nos ferindo, pois as verdades são de fato relativas e construídas na nossa história.
Em outras palavras, algumas coisas podem ser verdades para mim e não ser para outras pessoas.
É necessário lidar com as divergências sem deixar de lado os princípios do direito à liberdade de expressão e do respeito às diferentes opiniões.
Não se trata de convencer o outro ou desqualificá-lo, mas de apresentar as idéias sustentando-as, sempre que possível, com fatos, acontecimentos e referências, dando a ele a oportunidade de fazer o mesmo.
"Raríssimos são os que querem ouvir opinião. Alguns poucos só querem dizer o que pensam. E outros mais só querem ter razão." Augusto Branco
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