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Síndrome de Asperger


A Síndrome de Asperger é uma perturbação neurocomportamental de base genética. Pode ser definida como uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações sobretudo na interação social, na comunicação e no comportamento. Embora seja uma disfunção com origem num funcionamento cerebral particular, não existe marcador biológico, pelo que o diagnóstico se baseia num conjunto de critérios comportamentais. Apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo.

Ao contrário do que ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos por longos períodos de tempo - quando gostam do tema "dinossauros", por exemplo, falam repetidamente nesse assunto.

Habilidades incomuns, como memorização de sequências matemáticas ou de mapas, são bastante presentes em pessoas com essa síndrome. Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias - o que interfere no processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina.

Como lidar com a Síndrome de Asperger na escola?

As recomendações são semelhantes às do autismo. Respeite o tempo de aprendizagem do aluno e estimule a comunicação com os colegas. Converse com ele de maneira clara e objetiva e apresente as atividades visualmente, para evitar ruídos na compreensão do que deve ser feito. Também é aconselhável explorar os temas de interesse do aluno para abordar novos assuntos, ligados às expectativas de aprendizagem. Se ele tem uma coleção de carrinhos, por exemplo, utilize-a para introduzir o sistema de numeração. Ações que escapam à rotina devem ser comunicadas antecipadamente.

Os sintomas da Síndrome de Asperger podem variar de pessoa para pessoa, e variam também de intensidade e gravidade. Os sinais mais comuns incluem:

  • Problemas com habilidades sociais

Crianças com Síndrome de Asperger geralmente têm dificuldade para interagir com outras pessoas e muitas vezes comportam-se de forma estranha em situações sociais. Portadores desse distúrbio geralmente não fazem amigos facilmente, pois têm dificuldade para iniciar e manter uma conversa.

  • Comportamentos excêntricos ou repetitivos

Crianças com essa condição podem desenvolver um tipo de comportamento anormal, que envolve movimentos repetitivos e estranhos, como torcer mão ou os dedos.

  • Práticas e rituais incomuns

Uma criança com Síndrome de Asperger pode desenvolver rituais que ele ou ela se recuse terminantemente a alterar, como se vestir obrigatoriamente em uma ordem específica, por exemplo.

  • Dificuldades de comunicação

As pessoas com este transtorno costumam não fazer contato visual ao falar com alguém. Elas podem ter problemas ao usar expressões faciais e ao gesticular, bem como podem apresentar dificuldade para compreender a linguagem corporal e a linguagem dentro de um determinado contexto e costumam ser muito literais no uso da língua.

  • Poucos interesses

A criança com Síndrome de Asperger pode desenvolver um interesse intenso e quase obsessivo em algumas atividades e áreas, tais como prática de esportes, clima ou até mesmo mapas.

  • Problemas de coordenação

Os movimentos de crianças com Síndrome de Asperger pode parecer desajeitado ou constrangedor.

  • Habilidosos ou talentosos

Muitas crianças com Síndrome de Asperger são excepcionalmente inteligentes, talentosas e especializados em uma determinada área, como a música ou a matemática.

Diagnóstico

Os diagnósticos , em grande parte, seguem as recomendações presentes no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês). De acordo com a última versão publicada, em que autismo e Asperger se englobam em Transtorno do Espectro Autista, agora só há dois grupos de sintomas necessários para que o psiquiatra, em conjunto com um pediatra, possa realizar o diagnóstico. Antes havia três. Agora, os sintomas de interação e comunicação social foram agrupados em um só grupo. Confira:

  • Déficits de comunicação/interação social

Déficit na reciprocidade das interações sociais, déficits nos comportamentos não-verbais, dificuldade de desenvolver e manter conversas, diálogos e relacionamentos.

  • Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses e comportamentos

Estereotipias (ecolalia, por exemplo), insistência em uma atividade específica, adesão estrita a rotinas, interesses restritos e incomuns, hiper-reatividade ou hipo-reatividade a estímulos sensoriais.

Além disso, uma das dúvidas que ainda permeia a mudança acontecida no DSM é a conduta frente aos pacientes já diagnosticados de acordo com os critérios anteriores, ou seja, se as pessoas anteriormente diagnosticadas com Síndrome de Asperger devem ser reclassificadas ou se o diagnóstico será mantido.

A criança portadora da Síndrome de Asperger pode levar a vida normalmente. Sendo assim, o apoio da família e da escola na desconstrução de conceitos pré-estabelecidos é essencial para a qualidade de vida da criança. O acompanhamento de profissionais também é fundamental para que encontre todos os caminhos para viver bem.

Fonte: http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php/outros-assuntos-2015

https://www.apsa.org.pt/sindrome-de-asperger/o-que-e

https://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Asperger

http://entendendoautismo.com.br/artigo/sindrome-de-asperger-

http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-de-asperger


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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