Transtorno do desenvolvimento da coordenação ou "Síndrome do desastrado"
São às dificuldades nas habilidades motoras que as crianças possuem e que não têm relação com deficiências intelectuais, sensoriais ou neurológicas. O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação afeta a vida das crianças no seu cotidiano, nas atividades de lazer, na escola e na vida social. Pode acarretar baixo rendimento acadêmico, dificuldades de escrita e compreensão de conceitos matemáticos. De acordo com o estudo, o transtorno afeta entre 6% e 10% das crianças em idade escolar. Intervenções em atividades físicas podem ser postas em prática para melhorar o desempenho físico e social dessas crianças.
Sintomas
Os sinais de TDC podem surgir logo após o nascimento. O recém-nascido pode ter dificuldade em aprender a mamar e a engolir o leite. Ele pode demorar a aprender a se virar, sentar, engatinhar, caminhar e falar.
Quando a criança entra na escola, os sintomas podem ficar mais evidentes. Alguns dos sintomas do transtorno do desenvolvimento da coordenação são:
instabilidade ao caminhar; dificuldade em subir escadas; deixar objetos cair; chocar-se contra os outros; tropeçar com frequência; dificuldade em amarrar os sapatos, vestir roupas e outras atividades pessoais; dificuldade em realizar atividades escolares como escrever, colorir e cortar com tesoura.
As pessoas com TDC podem se sentir envergonhadas e evitar fazer esportes ou atividades sociais. No entanto, a falta de exercício pode prejudicar o tônus muscular e causar ganho de peso. Para superar as dificuldades do transtorno do desenvolvimento da coordenação, é importante manter o envolvimento social e uma boa condição física.
Diagnóstico
O TDC é difícil de diagnosticar, pois os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - DSM-IV) cita quatro critérios que devem estar presentes para determinar o diagnóstico de transtorno do desenvolvimento da coordenação:
A criança demora em atingir marcos do desenvolvimento motor;
O problema interfere consideravelmente com as atividades diárias e/ou com o desempenho acadêmico;
Os sintomas não estão ligados a nenhum outro transtorno motor ou cerebral;
Se também houver retardo mental, os efeitos do transtorno do desenvolvimento da coordenação são separados daqueles vistos em pessoas com retardo mental.
Tratamento
O transtorno do desenvolvimento da coordenação é tratado com um programa de longo prazo de educação, fisioterapia, terapia ocupacional e treinamento em habilidades sociais para ajudar a pessoa a se adaptar ao transtorno.
A educação física pode ajudar a desenvolver a coordenação, o equilíbrio e uma melhor coordenação entre o cérebro e o corpo. Os esportes individuais, como natação e ciclismo, criam melhores oportunidades para desenvolver habilidades motoras do que os esportes coletivos. O exercício diário é essencial para pessoas com TDC, pois permite treinar juntos o corpo e o cérebro e reduz o risco de obesidade;
A terapia ocupacional pode ajudar a pessoa a dominar as atividades diárias. Os terapeutas ocupacionais conhecem muitas técnicas para ajudar as pessoas a realizar tarefas difíceis. Ele também pode trabalhar com os funcionários da escola para identificar mudanças que melhorem o rendimento escolar, como usar um computador para fazer as tarefas escolares, em vez de escrever à mão.
COORDENAÇÃO MOTORA
Coordenação motora é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando em uma ação global mais eficiente, plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes. Podemos perceber uma boa coordenação motora verificando a agilidade, velocidade e a energia que se demonstra.
Ex.: andar, pular, rastejar, escrever, rolar, etc.
A coordenação motora é dividida em quatro categorias principais:
Coordenação motora grossa
Na coordenação motora grossa verificamos o uso de grupos de músculos maiores e o desenvolvimento de habilidades como correr, pular, chutar, subir e descer escadas, que podem ser desenvolvidas a partir de um plano sistemático de exercícios e atividades esportivas. Quando verificamos dificuldades nessas atividades, por parte principalmente de crianças tem muitas dificuldades, em praticar atividades esportivas, o que acaba causando baixa autoestima.
Coordenação motora geral
A coordenação motora geral é a capacidade que as pessoas têm de usar os músculos esqueléticos da melhor maneira possível. Esse tipo de coordenação motora faz com que os adultos e as crianças consigam dominar os próprios corpos e assim controlar todos os movimentos, até os mais rudes. A coordenação motora geral é essencial para que as pessoas andem, rastejem, pulem e façam outros exercícios do mesmo tipo.
Coordenação motora específica
A coordenação motora específica permite que as pessoas possam controlar os movimentos específicos para realizar um tipo determinado de atividade. Por exemplo, para chutar uma bola, o corpo precisa de uma determinada coordenação motora, para jogar basquete, uma coordenação motora diferente, e assim sucessivamente.
Coordenação motora fina
Por fim, a coordenação motora fina, é responsável pela capacidade que nós temos de usar de forma precisa e mais eficiente os pequenos músculos que estão no nosso corpo, para que assim eles produzam movimentos mais delicados e bem mais específicos que outros tipos de coordenação motora. A coordenação motora fina é usada quando vamos costurar, para escrever, para recortar algo, para acertar um alvo (não importando o tamanho) ou até mesmo para digitar; tudo isso é obra da coordenação motora fina.
As consequências do não desenvolvimento da coordenação motora são principalmente a noção espacial prejudicada, lateralidade precária e o tempo de reação defasado.
“Crianças que apresentam sintomas de transtorno do desenvolvimento da coordenação (''TDC'') aos sete anos de idade podem correr maior risco de sofrer depressão e outros problemas de saúde mental a partir dos dez anos”. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha.
Fonte : http://radardaprimeirainfancia.org.br
http://pt.healthline.com