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Educadores, onde estarão? Sobre Jequitibás e Eucaliptos


Rubem Alves nos leva a refletir, comparando o papel do professor, mero transmissor de conteúdos, com o educador, aquele que constrói com seu aluno o conhecimento.

Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor.

Educador, ao contrário, não é profissão, é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.

Educador, resta-lhe algum espaço ? Será que alguém lhe concede a palavra ou dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou econômica a desempenhar?

Comparando os eucaliptos com professores e jequitibás com educadores; eucaliptos crescem depressa, todos enfileirados, absolutamente idênticos, em permanente posição

de sentido, preparados para o corte, podem ser substituídos com rapidez e sem problemas;

jequitibás árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou, possuem uma face, uma "estória" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é um, portador de um nome , de uma "estória", sofrendo tristezas e alimentando esperanças.

Educador não pode ser confundido com professor. Da mesma forma que jequitibás e eucaliptos não são as mesmas árvores, não fornecem a mesma madeira.

O professor é um especialista em reprodução, o educador ao contrário é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos.

Educar tem a ver com transmissão; assimilação de valores culturais, sociais e espirituais. Quem exerce apenas tecnicamente a função de ensinar não tem consciência de sua missão educativa, formadora de pessoas e de "mundos". Se educar não é sinônimo de ensinar, nos vemos no dever de refletir: Quem ensina? E quem realmente educa?

Eucaliptos não se transformarão em jequitibás, a menos que em cada eucalipto haja um jequitibá adormecido.

A tarefa de educar parece estar inibida dentro do professor, necessitando coragem para o despertar, que abre horizontes para uma aprendizagem mais significativa do que o simples ato de transmitir conteúdos.


Ana Rita Bordin Cardoso

Psicopedagoga clínica com Pós-Graduação em Educação Especial e Neuropsicopedagogia

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